Rio 2016 - Nós realmente precisamos?

Muito tem se falado sobre a campanha Rio 2016. Algumas vertentes afirmando que não temos a mínima condição estrutural, financeira e ética de sediar um evento desse porte, principalmente com a justa acusação de que haverá muito dinheiro público nos bolsos de políticos corruptos, lavagem de dinheiro, utilização indevida de verbas, etc, etc, etc

Temos também aqueles que defendem a realização das Olimpíadas no Rio pelos benefícios que seriam deixados em médio e longo prazo, ou seja, ampliação nos sistemas de transporte, rede hoteleira, melhoria de estádios e ginásios, etc, etc, etc.

Com isso, vejo dois lados muito distintos: a razão e a emoção.

Razão: sejamos sensatos! Alguém aí realmente acredita que, dentro de um planejamento desse porte, administrado por pessoas que trabalham na política brasileira, onde serão gastos milhões e milhões de reais, nenhum valor será desviado, mal investido, mal administrado? Acredito que não. Fora esses problemas éticos, vivemos num país onde os problemas sociais são evidentes. Claro que um investimento nessa área seria muito mais urgente e bem vindo do que um investimento numa "mega festa" de um mês.

Emoção: Puro orgulho nacional! Ser brasileiro é o máximo! Temos lindas praias, belas mulheres, o melhor futebol do mundo e, não sendo o bastante, os dois maiores eventos esportivos do planeta seriam realizados em terras tupiniquins! Ok, ok, temos uns probleminhas aqui, outros ali, mas o Maracanã vai ficar melhor do que já é, vão reformar o Maracanãzinho, vão melhorar os ônibus, metrôs. Temos um público alegre e receptivo! Os gringos vão se sentir melhor do que na casa deles. Ah, com ou sem Olimpíadas, os políticos vão roubar do mesmo jeito, então... VIVA RIO 2016!!

Eu não sei em qual dos dois casos você se enquadra. A única coisa que eu tenho certeza é que, sexta-feira, dia 02/10/2009, mais ou menos na nossa hora do almoço, muitos se engasgaram de alegria e exaltação ou de lamentação e pena pelo nosso povo e país, seja você gari, secretária, operador de telemarketing, chefe, empresário ou, até mesmo, um político...