quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O mal-necessário


Acaba de ser divulgada uma parceria de marketing entre os 4 grandes clubes de São Paulo com a Femsa, empresa mexicana de bebidas, que tem em seu grupo as marcas Kaiser e Coca-Cola. O acordo consiste em estampar os escudos dos clubes nas latas de cerveja e colocar suas marcas nas placas de publicidade dentro dos estádios. Segundo o globoesporte.com, cada clube lucrará R$2,5 mi mais um percentual sob a venda das latas de cerveja com seu respectivo escudo.

Não adianta. Não consigo ver coisas boas na relação esporte X bebida alcoólica. Simplesmente não combinam! Acho que grandes personalidades não deviam participar de propagandas de bebidas alcoólicas, pois, pra muita gente, eles não são somente pessoas públicas. São ídolos! E ídolos são exemplos!

Quando o Ronaldo aparece bebendo cerveja e dizendo que conseguiu tudo o que conseguiu, que passou por cima de todas as dificuldades porque é "brahmeiro", ele acaba influenciando um jovem, com sonho de ser jogador de futebol, a tomar o mesmo tipo de atitude (com o perdão do trocadilho!). Mas essa atitude pode atrapalhar a trajetória desse possível jogador.

E outra: o Ronaldo realmente precisa do dinheiro recebido por essa publicidade?

O Ronaldo não. Mas os clubes sim. E como precisam! Então, eles não podem negar um acordo em que ganharão um valor relativamente bom. Manter funcionários (sim, eles são funcionários!) como Ronaldo, Washington, Vágner Love, Muricy Ramalho custa muito caro. E para evitar vendas a "preço de banana" de revelações como Neymar, Paulo Ganso, Hernanes, Dentinho e Pierre custa tão caro quanto, pois, ao negar uma transação ao exterior, por exemplo, esses jogadores pedem valorização. E essa valorização chama-se aumento de salário.

E isso é só uma pequena parte da administração de um clube de futebol! Por essas e outras, os clubes não tem como recusar um contrato como esse. Agora, cabe uma observação:

Tal qual em Belo Horizonte, a venda de bebidas alcoólicas é proibida dentros dos estádios de São Paulo. Qual a coerência em divulgar e incentivar o consumo de bebidas nos campos de futebol, sendo que a lei proíbe a venda desses produtos como forma de coibir a violência nos estádios? Como a lei proíbe o consumo, mas libera a propaganda?

Outra observação: Qual a necessidade da participação do Padre Marcelo Rossi nesse evento? Abençoar a verba que será investida nesse acordo e levar palavras de consolo a todos que consumirem bebidas nos estádios?

Cada macaco no seu galho, né?!

Abraço a todos!

2 comentários:

  1. Concordo plenamente contigo, cerveja não tem nada a ver com futebol, futebol é arte.
    Beijos

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  2. Ótima reflexão, Érico! Ronaldo é gordão porque é brahmeiro! Por isso a barriga dele ficou igual à do Zeca Pagodinho... hahaha!

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